Quero um beijo molhado.
Como se fosse terça-feira do próximo carnaval,
Cheio de saliva, cerveja, suor.
E salgado do mar diante e em nós.
E doce como o sonho bom que teima em voltar,
Assim como os pesadelos.
Ruim como a viagem má, bom como um lance legal.
Quero um beijo abstrato e bem carnal:
estrelas no céu da boca e células se contorcendo,
linguagens de todos os países
e ritmos e cores e doses,
e vidas e, ainda mais pensar se
se consegue a compreensão do infinito.
Quero um beijo mítico. um gesto místico, idílico.
Quero um beijo inédito, cálido ou fervente,
mágico ou concreto, dramático e sem lástima
como devem ser os mais deliciosos e curtidos beijos.
Elástico e com estática como servem a nós
os mais preciosos e elétricos e relaxantes beijos.
Quero um beijo; um só talvez – talvez – um só baste.
Se for haste para tanta bandeira
que ainda há que se altear,
para cantos e prantos e mistérios e quebrantos;
para quantos espantos me leva
a fascinidade de um beijo?
 
Quero um beijo; talvez muitos mais,
sem ser talvez demais,
sem se chegar ao cúmulo.
Mas se for um movimento puro
de nervos e músculos,
porque não um beijo maiúsculo?
Quero um beijo feminino,  um beijo


                        

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