OUTRA CONVERSA



Você, de novo.
Quero invadir seu vestido.
Não pode.
Não sei parar.
Chegará a lugar nenhum de mim, minhas frestas não te cabem.
Trouxe lírios para que você enlouqueça.
Não, não mais, tenho só a lembrança de um perfume, e me basta.
Quero o seu medo.
Não, não mais. De ser quase nada me coube um início sem fim. Agora, fico sempre começando. Medo, nenhum.
Discordo para sempre.
Não quero te convencer e nem preciso. Desisti das tragédias, estou mais simples no meu belo vestido que retiro (ou é retirado) só no quando do meu consentimento e do meu desejo. E na terceira superfície que o contato ínfimo e absoluto entre os corpos provoca, não há fresta nenhuma que se preste a ser invadida por teias de palavras, lembrança de escuros, temores e abismos. Agora só presto pro amor.

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