Friedrich Nietzsche
Em
O Viajante e sua sombra.






39 – Origem dos direitos

“Os direitos remontam geralmente a um costume, o costume a uma convenção momentaneamente estabelecida.

Ocorre uma ou outra vez ficar satisfeito, de parte e de outra, com conseqüências que resultam de uma convenção formalizada e ocorre também ficar com preguiça de renovar formalmente essa convenção; continua-se assim a viver como se esta tivesse sido sempre renovada e, aos poucos, quando o esquecimento lançou seu véu sobre a origem, acredita-se possuir um edifício sagrado e inabalável, sobre o qual cada geração deve continuar a construir.

O costume se tornou então uma coação, mesmo quando não tivesse mais utilidade que se via primitivamente, no momento em que a convenção havia sido estabelecida.

– Nisso os fracos encontraram, desde sempre, sua sólida fortaleza: estão inclinados a eternizar a convenção aceita uma vez, eternizar o privilégio que lhes foi transmitido”.






NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. O Viajante e sua Sombra.Tradução: Antonio Carlos Braga e Ciro Miranda. São Paulo: Editora Escala, 2007.

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