É aí, quando tudo se dá a ver (como em Big Brother, os reality shows, etc), que se percebe que não há mais nada a ver. É o espelho da banalidade, do grau zero, onde se faz a prova, contrariamente a todos os objetivos, da desaparição do outro, e talvez mesmo do fato de que o ser humano não é fundamentalmente um ser social.” (Jean Baudrillard)
CAMPANHA CONSTITUTIVA COMBATE AO OLHAR PARANOICIZANTE ALIENANTE BIG BROTHER

No Mundo Gay do domingo passado chamávamos a atenção para a alienação do Mundo Gay no Big Brother. Pois bem, não vamos tentar ver onde não há nada a ver, mas pelas repercussões em jornais e também em diversos não-espaços gays na blogosfera fomos a ver a simulação do olhar onde nada havia a ver.

O fru-fru em uns, principalmente em blogs e portais gays, era um tímido selinho entre dois bbb gays. Mas não podia ser diferente já que não poderia se realizar, mesmo que, como dizia nossa avó, arrancasse o ‘chaboque’ e o sangue jorrasse na telinha totalitária, mas impotente.
Do lado da moral e dos bons costumes, o opiniático fóbico-rancoroso assemelha-se à pílula vencida que o deputado federal Marcelo Serafim (PSB-AM) receitou em seu twitter – essa ferramenta web de direita, como diz Mauro Carrara -, dizendo que “escancarar o beijo é um desrespeito às famílias”. Muitos dizem que Serafinzinho pôs a perder a gestão de seu pai, Serafim Correa, quando prefeito de Manaus, entregando na bandeja a prefeitura para Amazonino; com tais atitudes, não está longe de perder a sua.
Dentro da “casa”, segundo notícia dos Amigos do Lula, enquanto rolava o selinho hiper-real ao som da lendária Will Survive, música do filme Priscila, a Rainha do Deserto, um outro integrante, que tem uma suástica nazista tatuada no braço, tascava: “Está tocando o hino deles. Melhor não ficar perto, senão complica”. Segundo ainda o atuante blog, o Ministério da Justiça está “preocupado com uma possível demonstração de homofobia” para com os integrantes assumidamente gays do programa.
Também nas ruas ouvem-se umas e outras, como um velho, não tanto pela idade – pode-se estar velho aos 2 anos e, ao contrário, jovem aos 102 -, que disse não assistir mais o Big Brother, pois agora BBB significa Bobagem, Besteira e Boiolagem.
Tanto o frisson quanto a homofobia estão certos para a Globotária, que quer os globotáricos todos envolvidos na falsa polêmica, a única forma de salvar a vertiginosa decadência do Big Brother, fazendo tudo pela audiência, como diz oToda Forma de Amor.
Compor com isso, seja por proximidade ou por preconceito, está na mesma linha de segregação e anulação não apenas do Mundo Gay, mas de toda forma de relação autêntica e real. Nulidade das relações no Big Brother, assim como em toda programação da Globo e todas suas congêneres.
Assim, reiteramos que a campanha deste bloguinho intempestivo é por um outro tipo de alienação: alienar-se do Big Brother; pois se o Mundo é Gay, não precisamos embotar o olhar tentando ver gay onde não há gay, onde não há fetiche transgressor às grades prisionais da sexualidade, mas apenas o fetiche sensabor da teratogenia hiper-real.
Aí sim, poderemos nos beijar manas com manas, manos com manos, manas com manos na cama, na escola, na pracinha… Este, o beijo que o embuste da tela total globólica nunca alcançará. Beijo cósmico, man@

>Blogger da Man@

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