Quero te dizer milhões de vezes: não faça cerimônia, lamba os beiços ou dê de ombros, faça as unhas em minha sala: tenho também éter e amônia, além da usual acetona, tenho divãs e soumiers, sofás, namoradeiras e banquinhos de pau. venha sempre, a pausa pode ser breve ou o vôo longo, a gente pode usar o tapete ou um ultraleve, para flainar pelo espaço que a todos pertence. mas também não há nada que impeça de treparmos no muro, no claro ou no escuro, a cor melhor será aquela que nos apetece.
quero te dizer que sempre te desejo: bons votos, boas vindas e retornos, novas sílabas e frases feitas para cada oportunidade: mãe de cada porto. te desejo sempre e muito: boas falas e destinos, fadas árabes, gnomos palestinos, ou tudo ao contrário se contudo não nos desfizermos de nossos instintos. tudo ao mesmo tempo se nós não demolirmos nossos nobres recintos, aonde recebemos uma a outra com tatos e toques recíprocos. um desejo é sempre um beijo em um rastro de uma estrela cadente. mas eu te desejo: vinhos finos e água ardente, o meu uivo e o seu sibilar de serpente, entre muitos nós somos umas que se compreendem, umas tantas que temem o dilúvio, umas poucas que amam as enchentes.
quero te ter mais uns zilhões de vezes.





para ser muito mesmo exclusivamente sincera com você, eu gostaria que o mundo se danasse e que restasse só eu e você para decidirmos o bem da humanidade.
[não, não gostei. vamos começar de novo.]
vamos começar de novo outra vez novamente, com o mesmo amor, menos tragédias, mais carícias, menos remédios, mais sensações empíricas. vamos começar de novo? acho que não embora ache que devemos sim. perco o meu não para poder achar você num talvez, talvez num sim.
para ser muito mesmo e o máximo indelevelmente sincera com você: eu gostaria de ver duas pessoas que se amam se reencontrarem e se amarem mesmo que por uns poucos segundos, mesmo que seus impulsos cessassem depois de alguns freimes e isso resultasse em nada, que toda a anterior vida se desfizesse em caspas dissolúveis por qualquer umidade, sob qualquer mal súbito.
seria um retorno para o nunca, uma nova passagem para o nada, uma sede sem secura, uma gastura sem fome.
mas para ser muito mesmo mais do que indubitavelmente sincera com nós duas: eu te quero mais que tudo!


 

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