Dado que a lua devia estar cheia e eu não vi por causa das nuvens e dado que mulher tem essa coisa cíclica que se assemelha um pouco à lua e, pensa bem, que tem povo que chama a lua de masculino, não imagino o que se passa na cabeça desse tal desse povo, que a lua, de homem não tem nada, pelo menos assim é que eu penso. E dado que nesse embolamento não me restam muitas alternativas, assim, quero dizer, na prática mesmo. De super poderosa tenho só uma ou duas poses que devo confessar, já estão um pouquinho usadas demais pra não dizer gastas mesmo. Ai, meu saco, que nem tenho que também não sou homem e que de homem também não tenho nada, mas ai meu saco de qualquer maneira, que estou a planejar umas fugas que já conheço bem, e que servem pouco pra não dizer que não servem muito. Mas vai que são pequenos salvamentos, assim como pequenos oásis neste percurso meio árido de sentidos e convicções. Fico guardando um coelho pra tirar de dentro da cartola, uma carta debaixo da manga, uns segredinhos que alimento pra não morrer de esvaziamento. E quem não tem seus segredinhos é porque deixou o trem passar e não percebeu que ia ficar sozinho.
E vou que vou, com mais um bando de afogados, tocando o carro, navegando o barco, tentando manter as rédeas nas mãos (sabendo que elas escapam).
>ky


>Colagem:ky

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